Você
não tem o sonho de encontrar aquela pessoa especial, com quem deseja
dividir muitos momentos especiais? A resposta provavelmente é “Sim”,
afinal o ser humano não nasceu para viver só. Mais cedo ou mais
tarde, a maior parte das pessoas começa a sentir o desejo de
compartilhar a vida (medos, desejos, aventuras, frustrações, etc.)
com a chamada “cara metade”.
Nem
sempre é fácil encontrar o amor de nossas vidas, mas o(a)
companheiro(a) vai aparecer na maioria das vezes sem esperarmos. Ele
vai simplesmente “acontecer” e, nesse momento, você vai perceber
que encontrou a sua metade.
Depois
dos primeiros encontros, quando o casal percebe que realmente existiu
uma cumplicidade e tudo começa a ficar mais sério, a vontade de
ficar junto só aumenta. Chega o momento de noivar e começam os
planos de casamento. Muita gente não quer esperar e decide dividir o
teto com o(a) parceiro(a) o mais rapidamente possível… A distância
dói.
Amor
não é garantia de felicidade para um casal
Já
ouvi muito por ai que só o amor não é garantia de felicidade para
um casal e, pelo que tenho conversado com muitos amigos e acompanhado
de perto algumas pessoas, isso parece ser verdade. A questão da
alegria familiar passa pelo padrão de vida e como o casal toma suas
decisões e já falei sobre isso em outro texto (clique para ler).
Só
o amor (por maior que seja) não é garantia de uma união feliz:
algo que muita gente não pensa quando decide “juntar as escovas de
dente” é que a parte financeira pode influenciar muito a vida do
casal, tanto para o bem como também para o mal.
Eu
gosto sempre de olhar a vida com uma visão otimista e acredito que
quando existe um mínimo de diálogo e comprometimento entre o casal,
o casamento será sinônimo de prosperidade de riqueza – é a
chance de encontrar alguém para juntar forças e buscar o sucesso
(algo mais fácil com o esforço de duas pessoas).
Para
que sua vida seja mais próspera, é importante perceber qual a
importância que o outro dá a vida financeira desde o momento em que
a relação iniciar. Calma, não vá preparando um discurso sobre a
importância de poupar para aposentadoria já nos primeiros
encontros. Falo sobre ser um bom observador, o que já te ajudará
muito a enxergar o que virá pela frente.
Finanças
um assunto que não pode faltar
Durante
o namoro, existirão muitas possibilidades para introduzir o assunto
“finanças pessoais” e aos poucos construir um diálogo forte
para que o dinheiro não seja encarado como um problema. Se quer mais
dicas de como fazer isso, clique aqui.
Mesmo
nesse momento mágico da vida que é o namoro, é fundamental
aprender a respeitar alguns limites, de forma a realizar metas e
alcançar objetivos com planejamento e consciência, um passo de cada
vez.
Separei
três pontos que considero fundamentais serem discutidos já no
início da vida a dois:
1.
Festa de casamento
Alguns
bons amigos passaram anos economizando para fazer uma grande festa de
casamento. Fizeram rifa, andaram um bom tempo com roupas mais
surradas, venderam carro e outros bens para garantir uma festa
magnífica.
Sonho
é sonho, eu não discuto essa questão desde que exista um
planejamento para que o sonho se torne realidade. O problema é que
muita gente acaba gastando mais do que pode, querendo oferecer o que
existe de mais moderno e bonito, e inicia a vida a dois com a dívida
da festa de casamento.
Qual
a possibilidade dessa dívida se tornar um grande problema para os
recém-casados? A chance é grande. A vida a dois é cheia de
novidades, e imprevistos (que sempre acontecem) podem ser um fator de
grande desgaste. Então, seja honesto com seu dinheiro: festejar é
importante, mas ter a chance de começar o casamento sem dívida é
crucial.
2.
Imóvel: comprar ou alugar?
“Quem
casa, quer casa” é o que mais ouço como justificativa para quem
começa a buscar alternativas de financiamento de longo prazo para
seu imóvel assim que oficializa a união. Eu sou avesso a dívidas
tão longas, capazes de comprometer o orçamento financeiro das
famílias tão cedo.
Financiar
um imóvel é um ato de grande responsabilidade, que só pode ser
tomado com consciência para que a decisão seja a mais racional
possível. Os recém-casados têm uma vida inteira pela frente, uma
carreira para desenvolver e o financiamento de uma casa pode
comprometer essa liberdade inicial.
E
se surgir uma proposta de emprego em outra cidade ou uma bolsa de
estudos fora do país? O que fazer com o financiamento? Aconselho
sempre quem esta começando a avaliar muito bem essa situação: o
aluguel somado à responsabilidade de guardar dinheiro e investir
pode ser a melhor solução para, ali na frente, ter a casa dos
sonhos pagamento parcelas menores, dando uma entrada maior e depois
de definidos aspectos como mudança de cidade.
3.
Conta conjunta ou não?
Casamento
é sinônimo de união, logo não consigo ver muito sentido divisão
da parte financeira. Todas as decisões de consumo e investimentos
devem ser compartilhadas entre o casal, que precisa encarar as
finanças pessoais com bastante disciplina. Cada um precisa saber o
que está acontecendo com o outro para, juntos, terem uma estratégia
para o futuro.
No
meu ponto de vista, as contas separadas são “buracos” que ficam
à espreita do primeiro passo falho de alguém – é como abrir
espaço para a auto-sabotagem. É fundamental o casal ter contas
correntes e investimentos conjuntos, afinal estão caminhando para um
destino escolhido pelos dois. Já falamos mais sobre conta conjunta
em outro artigo (clique aqui para ler).
Admito
que este ponto é bastante polêmico e merece um debate muito mais
aprofundado, mas o casal pode, dentro do orçamento, separar valores
iguais para serem utilizados de forma individual ou mesmo manter
contas individuais, mas respeitando sempre o orçamento discutido e
não importando quem tem o maior salário.
Conclusão
No
final das contas, o fundamental para a harmonia de um relacionamento
é a consciência de quão importante é dividir direitos e
responsabilidades. Lembre-se que para conquistar algo grande no
futuro será indispensável abrir mão de alguns luxos no presente.
Quando
se tem alguém para dividir a jornada, todas as conquistas ficam mais
gostosas, além do que alcançá-las fica mais fácil. Divida sua
opinião conosco no espaço de comentários abaixo. Obrigado e até a
próxima.
Este
artigo foi escrito por Ricardo Pereira. Educador financeiro,
palestrante, é autor do livro "Dinheirama" (Blogbooks)...