segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Pastor Leigo

Por Marcus Vinícius
A história bíblica mostra que Deus tem chamado e capacitado pessoas para as mais diversas atividades. Acredito que a mais nobre de todas as chamadas Divina é para o ministério da sua Palavra. Entendo também que o fim de tão grande chamada é um só: SERVIR como atalaia nas mãos do Senhor. Pastor quem faz é Deus, Quem vocaciona e chama é o próprio Deus.
A Igreja Soberana, livre e em união, vê, reconhece e aceita o seu líder espiritual como vocacionado pelo próprio Deus. Ela (Igreja) tem competência celestial e civil para ordenar e consagrar o seu pastor, como sempre o tem feito. A Igreja é do Senhor, e o Pastor que a lidera também o é. Em servi o reino em uma Igreja local, o Pastor há de ter somente o compromisso com Cristo e com as verdades do Evangelho, nada além disso.
Percebe-se, ainda hoje, uma querela sobre o serviço prestado por obreiro não ordenado (Leigo) e o ordenado. Tal desunião entre pastores tem colocado o ministério em descredito e feito surgir elementos que não mais aceitam a autoridade do púlpito. Considero também nesse aspecto, aqueles que abandonam o ministério. Os que deixaram o ministério que deixe de usar também o título de pastor, o uso do título por quem não tem um “rebanho”, também enfraquece a figura do verdadeiro pastor. Sobre este assunto, veja o que Paulo tem a dizer: “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus... Todavia, a mim mui pouco se me dar de ser julgado por vós, ou por algum juízo humano; nem eu tão pouco a mim mesmo julgo... pois quem me julga é o Senhor” (I Cor. 4:1,3 e 4b).
Pense na fábula urubus e sabiás, de Rubem Alves e, perceba que pode ser perfeitamente aplicada em nosso momento atual.
“Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam... Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para o canto, decidiram que mesmo contra a natureza eles haveriam de se tornar grandes cantores. E para isto fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram dó-ré-mí-fá. Mandaram imprimir diplomas, e fizeram competições entre sí, para ver quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão para mandar nos outros. Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar um respeitável urubu titular, a quem todos chamam de Vossa Excelência. Tudo ia muito bem até que a doce tranquilidade da hierarquia dos urubus foi estremecida. A floresta foi invadida por bandos de pintassilgos tagarelas, que brincavam com os canários e faziam serenatas com os sabiás... Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa e eles convocaram pintassilgos, sabiás e canários para um inquérito
- Onde estão os documentos de seus concursos? E as pobres aves se olharam perplexas, porque nunca haviam passado por escola de canto, porque o canto nascera com eles. E nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam, simplesmente...
-  Não. Assim não pode ser. Cantar sem a devida titulação é desrespeito à ordem. E os urubus, em uníssono.   Expulsaram da floresta os passarinhos que cantavam sem alvarás ...” Fonte: ALVES, Rubem. Estórias de quem gosta de ensinar. Cortez. 3ª edição, 1984. P.61
MORAL: Em terra de urubus diplomados não se houve o canto de sabiá
Em outro momento escrever no blog sobre Educação Ministerial. Mas, desde já o espaço fica aberto para sua livre manifestação.

Abraço quebra costelas.

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