quarta-feira, 5 de junho de 2013

O termo Teologia


                 Texto elaborado para uso em aula pelo Prof. Marcus Vinícius – MSc.

 O termo Teologia originou-se do pensamento grego, não é de origem cristã. Após muita hesitação, oposições e modificações é que o termo foi assumido pela fé cristã de modo claro e definitivo nos séculos 4 e 5 d.C.  Foi só com Pedro Abelardo, no século 12 d.C que o termo ganhou espaço na Igreja Latina, para indicar suas proposições e formulações.

O conceito aparece pela primeira vez em Platão. Por Teologia ele entende os mitos, as lendas e as histórias dos deuses criticados filosoficamente, desmitizados e interpretados no sentido e segundo as normas da educação política e purificado de toda inconveniência.

A Teologia representa o caminho do mito ao logos. A função do logos  consistia em descobrir a verdade, escondida nos mitos pelos deuses, a maneira da aletéia, que é um modo de revelação.

Nos começos do século 1º a.C, Mucio Scaevola propôs uma repartição pessoal dos deuses em três categorias: a) os deuses dos poetas, b) os deuses dos filósofos e c) os deuses introduzidos pelos políticos. São os três gêneros da teologia pagã : um mítico, outro físico e o outro civil. Mítico ou fabular porque usado pelos poetas, físico porque o manuseiam os filósofos e civil porque o empregam os povos.

Como vemos, distingui-se no paganismo uma tríplice espécie de Teologia:

A Mítica – dos poetas e das fábulas dos deuses. Que tratava de dar credibilidade a superstição popular e ao mito. Os poetas devem produzir um discurso sobre os deuses que sejam edificantes.

 A Física – dos filósofos que se ocupa da ordem natural. A Meteorologia (que trata de maneira mais cientifica os corpos celestes) opõe-se a teologia dos poetas. A teologia é à parte da metafísica que trata das causas primeiras, da divindade. Para Aristóteles, “a filosofia primeira ou teologia”, considera as causas supremas do mundo astral divino e visível. Os deuses já não são mais os deuses do Olimpo, e sim o próprio cosmo, opera-se a passagem para uma religião cósmica.

A Política – dos legisladores e do culto público do Estado. A teologia civil era fundada pelos legisladores do Estado. A religião sempre foi a mola mestra do Estado, o legislador e o educador devem se ocupar da teologia do ponto de vista dos costumes e da conduta humana. Fazer teologia era honrar o Imperado como deus. Por aí se compreende porque Judeus e Cristãos foram perseguidos no Império Romano como ateus. Eles se recusavam a prestar este culto. Não faziam Teologia. Os teólogos seriam, portanto, os anunciadores de deuses. A teologia é o tema religioso dos deuses e, de modo especial é o falar de deus no culto.

Até bem pouco tempo tinha-se um conceito escolástico e tradicional da Teologia, o termo designava somente o “estudo ou a ciência sobre Deus” com formulações sobre os saberes já conhecidos dos “Doutores da Igreja”, que para muitos é sem nexo e sentido. Atualmente o termo adquire um sentido altamente especulativo, crítico e questionante.

Fazer Teologia é fazer da fé um ponto de partida e um ponto de chegada da reflexão teológica. É promover uma práxis libertadora, a exemplo da Teologia da Libertação.
As pessoas são a graça e a desgraça da vida.



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