Texto elaborado
para uso em aula pelo Prof. Marcus Vinícius – MSc.
O
termo Teologia originou-se do pensamento grego, não é de origem cristã. Após
muita hesitação, oposições e modificações é que o termo foi assumido pela fé
cristã de modo claro e definitivo nos séculos 4 e 5 d.C. Foi só com Pedro Abelardo, no século 12 d.C que
o termo ganhou espaço na Igreja Latina, para indicar suas proposições e
formulações.
O
conceito aparece pela primeira vez em Platão. Por Teologia ele entende os
mitos, as lendas e as histórias dos deuses criticados filosoficamente,
desmitizados e interpretados no sentido e segundo as normas da educação
política e purificado de toda inconveniência.
A
Teologia representa o caminho do mito ao logos. A função do logos consistia em descobrir a verdade, escondida
nos mitos pelos deuses, a maneira da aletéia, que é um modo de revelação.
Nos
começos do século 1º a.C, Mucio Scaevola propôs uma repartição pessoal dos
deuses em três categorias: a) os deuses dos poetas, b) os deuses dos filósofos
e c) os deuses introduzidos pelos políticos. São os três gêneros da teologia
pagã : um mítico, outro físico e o outro civil. Mítico ou fabular porque usado
pelos poetas, físico porque o manuseiam os filósofos e civil porque o empregam
os povos.
Como vemos, distingui-se no
paganismo uma tríplice espécie de Teologia:
A Mítica – dos poetas e das fábulas dos
deuses. Que tratava de dar credibilidade a superstição popular e ao mito. Os
poetas devem produzir um discurso sobre os deuses que sejam edificantes.
A Física – dos filósofos que se ocupa
da ordem natural. A Meteorologia (que trata de maneira mais cientifica os
corpos celestes) opõe-se a teologia dos poetas. A teologia é à parte da
metafísica que trata das causas primeiras, da divindade. Para Aristóteles, “a
filosofia primeira ou teologia”, considera as causas supremas do mundo astral
divino e visível. Os deuses já não são mais os deuses do Olimpo, e sim o
próprio cosmo, opera-se a passagem para uma religião cósmica.
A Política – dos legisladores e do culto
público do Estado. A teologia civil era fundada pelos legisladores do Estado. A
religião sempre foi a mola mestra do Estado, o legislador e o educador devem se
ocupar da teologia do ponto de vista dos costumes e da conduta humana. Fazer
teologia era honrar o Imperado como deus. Por aí se compreende porque Judeus e
Cristãos foram perseguidos no Império Romano como ateus. Eles se recusavam a
prestar este culto. Não faziam Teologia. Os teólogos seriam, portanto, os
anunciadores de deuses. A teologia é o tema religioso dos deuses e, de modo
especial é o falar de deus no culto.
Até bem pouco tempo tinha-se um
conceito escolástico e tradicional da Teologia, o termo designava somente o
“estudo ou a ciência sobre Deus” com formulações sobre os saberes já conhecidos
dos “Doutores da Igreja”, que para muitos é sem nexo e sentido. Atualmente o
termo adquire um sentido altamente especulativo, crítico e questionante.
Fazer Teologia é fazer da fé um
ponto de partida e um ponto de chegada da reflexão teológica. É promover uma
práxis libertadora, a exemplo da Teologia da Libertação.
As pessoas são a graça
e a desgraça da vida.
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