Colaboração do Prof. Marcus Vinícius. Desconheço o autor. Li
e gostei, compartilho.
Os evangélicos fazem
batalha espiritual usando métodos esotéricos quando abandonam os princípios da
fé e utilizam elementos da mística do povo. Já ouvi alguém afirmar que os
elementos místicos que alguns usam em religiões de ocultismo pertencem a igreja
e que foram roubadas de nós. Assim, despejar sal grosso numa esquina, não
deveria ser direito deles, mas da igreja. Ungir com óleo uma rua, cidade ou
país é direito da igreja que foi roubado por eles. Marcar os cruzamentos como
sendo de Jesus nos bairros é direito nosso. Usar certos elementos para “ponto
de contato” é direito da igreja e não do ocultismo. Em que baseiam tais
suposições? Tomam como base algumas ocorrências do passado, especialmente do
AT.
Eliseu não tomou um vaso
novo? Não usou sal para purificar as águas de Jericó? Por que não usar uma rosa
“ungida”, um copo de água e óleo especial “ungido”? Acredite, mas até os
incensos voltaram a fazer parte de alguns grupos pentecostais. Os pentecostais
clássicos – entre os quais me incluo – costumam criticar estas práticas,
esquecendo que também, por vezes, concedem poder a certos elementos como óleo e
o pão e o vinho da ceia. Sim, porque “consagram” o óleo usado para unção e
queimam ou enterram o que sobra dos elementos da ceia depois de consagrados. Considerar
o pão e o vinho com poderes especiais também é uma prática esotérica.
Por haver no AT testamento
uma orientação sobre os ingredientes do óleo da unção e do incenso, alguns
crentes passaram a crer que o verdadeiro óleo da unção tem de ser de oliva e,
se possível, importado de Israel, como se dele emanasse ainda mais poder. Mas,
convém afirmar que esses elementos, especialmente o óleo são apenas figuras ou
sombras da verdadeira unção. Assim, quando se unge com óleo o poder não está no
óleo, mas no Nome de Jesus e na ação do Espírito Santo. Serve, portanto,
qualquer óleo. Alguns irmãos trazem água do rio Jordão quando vão a Israel,
como se aquela água tivesse em si mesma algum poder. As águas do Jordão estão
tão poluídas como qualquer ribeiro das regiões metropolitanas do Brasil.
Os elementos usados no AT
eram sombras do que haveria de vir. O óleo, fala da presença do Espírito Santo.
O sal, usado nos sacrifícios, do crente como sacrifício agradável e sal da
terra. Os elementos do templo apontavam para a pessoa de Cristo e da igreja.
Assim, o candelabro é uma figura da igreja, alumiando. Hoje não se precisa mais
de sombra, porque os elementos tiveram seu cumprimento em Cristo e na igreja.
Muitos, no entanto, acreditam no poder do sal, do óleo e da água, elementos que
apontavam para o futuro.
Vejamos a questão do sal:
“Toda oferta dos teus manjares temperarás com sal; à tua oferta de manjares não
deixarás faltar o sal da aliança do teu Deus; em todas as tuas ofertas
aplicarás sal” (Lv 3.1). Como cessaram as ofertas e sacrifícios, pois Cristo é
o sacrifício perfeito, por que usar o sal como fazem alguns grupos
neopentecostais? Este sal colocado não ferta falava de quê?
O comentarista Mathew
Henry anos atrás já falava sobre a questão dos sacrifícios. Ele diz:
O sal deveria ser colocado
em todas as ofertas. Deus, portanto, exige deles que o sacrifício deveria ter
sabor. Todo culto deve ser temperado com a graça. O cristianismo é o sal da
terra. Óleo e incenso fazem parte dos sacrifícios. Sabedoria e humildade amolecem
e adoçam os espíritos. O incenso fala da mediação e intercessão de Cristo
através do qual nosso culto se torna aceitável diante de Deus.
Ora, não se faz
necessário aqui provar que os elementos presentes no tabernáculo prefiguravam a
obra de Cristo, do Espírito Santo e a igreja. No entanto, apesar de tudo haver
se cumprido em Cristo, como afirma o escritor aos hebreus, ainda assim a igreja
se deixa judaizar trazendo para o culto os mesmos elementos, como pão sem
fermento, o candelabro, faltando, obviamente o incenso, que algumas igrejas
trazem para o culto sem problema algum. Cristo é nosso pão sem fermento; o
Espírito Santo é o óleo e todos os elementos têm alguma relação com a igreja, a
palavra de Deus e a obra de Cristo. Ora, como Cristo é a plenitude de todas as
coisas, então não haverá necessidade de se apegar a esses elementos no culto a Deus.
Vejamos, então, alguns exemplos bíblicos de atos proféticos. Estes eram
acontecimentos ou realizações em forma de eventos e não como regras ou
institucionalização. Vejamos alguns casos da Bíblia que não podem ser tomados
como regras de fé:
1 1. O
manto de Elias. Com ele, Elias dividiu as águas do Jordão. Eliseu, depois que
Elias foi arrebatado, tomou o mesmo manto e abriu também as águas do Jordão. O
poder não estava no manto, mas no Deus Todo-Poderoso. “Onde está o Senhor, Deus
de Elias?”, perguntou Eliseu (2 Rs 2.14). Nas outras vezes em que Eliseu
precisou atravessar o Jordão não usou do manto para abri-lo de novo. Onde os
crentes se tornam esotéricos? Quando acham que o poder está no manto ou no
paletó de um servo de Deus, numa peça de roupa, etc.
2. Eliseu e as águas de Jericó. Interessante como os líderes esotéricos de hoje na igreja não usam “vasilhas” novas como fazem os da religião afro em seus rituais. Porque Eliseu, ao orar pelas águas de Jericó que eram estéreis usou uma vasilha nova: “Os homens da cidade disseram a Eliseu: Eis que é bem situada esta cidade, como vê o meu senhor, porém as águas são más, e a terra é estéril. Ele disse: Trazei-me um prato novo e ponde nele sal. E lho trouxeram. Então, saiu ele ao manancial das águas e deitou sal nele; e disse: Assim diz o SENHOR: Tornei saudáveis estas águas; já não procederá daí morte nem esterilidade. Ficaram, pois, saudáveis aquelas águas, até ao dia de hoje, segundo a palavra que Eliseu tinha dito” (2 Rs 2.20-22). Ora, o sal e a vasilha nova foram apenas componentes de um ato profético, o poder, de fato, estava em Deus que Eliseu invocou. “Assim diz o Senhor”. Foram as palavras do Senhor que tornaram as águas saudáveis e a terra fértil e não o sal e a vasilha nova. Sim, porque noutra ocasião o sal foi usado para deixar a terra estéril. Eis o contraste (Jz 9.45 e Sf 2.9). “Obviamente que as águas não foram curadas pelo poder do sal”, afirmam os comentaristas, “como se o sal em si mesmo tivesse poder para curar um ribeiro de águas. Foi um ato simbólico que acompanhou a declaração da palavra do Senhor, por isso as águas ficaram boas” (Brown Commentary). O prato novo e o sal falam da consagração das vidas e do “sal da terra” que tornam saudáveis a terra onde o crente vive. Um contraste, porque o sal deixa a água com gosto horrível.
Noutro episódio, quando os discípulos colocaram na sopa que preparavam ramos de uma trepadeira venenosa, Eliseu usou farinha. Por que não usou sal? Nem óleo? Porque o poder da cura está em Deus e não nos elementos. Interessante como ninguém joga farinha no ar nos cultos esotéricos de algumas igrejas. (Ver 2 Rs 4.38-41).
3. Moisés e o tronco de árvore lançado nas águas de Mara. “Afinal, chegaram a Mara; todavia, não puderam beber as águas de Mara, porque eram amargas; por isso, chamou-se lhe Mara. E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber? Então, Moisés clamou ao SENHOR, e o SENHOR lhe mostrou uma árvore; lançou-a Moisés nas águas, e as águas se tornaram doces” (Ex 15.23-25). Novamente aqui foi o Senhor quem ordena a Moisés que jogasse certo tronco de árvore nas águas, não que a árvore tivesse em si o potencial de cura, e sim o Senhor. A árvore aponta profeticamente para a cruz de Cristo. Se isto fosse regra – isto é, usar galhos de árvores para curar águas – Eliseu teria seguido o exemplo de Moisés usando uma árvore para tornar potável as águas de Jericó. No entanto, lá ele usou sal.
Moisés, em duas ocasiões
bateu com a vara na Rocha. Na vez primeira, Deus ordenou que batesse na rocha,
mas da segunda vez, bastava falar à rocha e ela daria água. Acostumado a bater
com seu cajado – batera com ele no Egito trazendo pragas, batera nas águas do
mar Vermelho e na rocha – Moisés repetiu a cena, mas foi advertido por Deus e
perdeu o direito de entrar na Terra Prometida (Compare Êxodo 17.1-7 c/ Números
20.2-13). A simbologia aqui é clara: a primeira vez que feriu a rocha, era uma
simbologia da Rocha, ferida na cruz; da segunda vez, bastava apenas falar. Por
isso, no cântico que Deus escreveu para o povo em Deuteronômio 32 várias vezes
Deus se refere a Rocha (Dt 32.4, 15, 18, 30, 31).
Foi assim com a serpente
levantada no deserto. Quem para ela olhasse era curado das picadas venenosas
das serpentes. Devido ao pecado do povo serpentes invadiram o acampamento
trazendo dor e morte entre o povo. E o Senhor ordenou a Moisés que fizesse uma
serpente de bronze, colocasse-a num lugar alto e todo o que era mordido pelas
serpentes olhava para a serpente de bronze e era curado (Nm 21.4-9). Era uma
figura da obra expiatória de Cristo, fato citado pelo próprio Jesus em João
3.14: “E do modo porque Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa
que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida
eterna”.
Mas, a inclinação
esotérica do povo levou-o a guardar a serpente – que não mais servia para curar
enfermidades – e a adorá-la como se fosse um deus. Até os dias de Ezequias a
serpente era usada como objeto de adoração pelo povo de Israel. Ezequias
“Removeu os altos, quebrou as colunas e deitou abaixo o poste-ídolo; e fez em
pedaços a serpente de bronze que Moisés fizera, porque até àquele dia os filhos
de Israel lhe queimavam incenso e lhe chamavam Neustã” (2 Rs 18.4). Imagine,
quase 835 anos depois a serpente que Moisés levantara estava sendo adorada pelo
povo como sendo um deus de bronze.
É comum que pessoas se
agarrem a objetos como forma de adoração. Por isso, até hoje a cruz é adorada
em vez de ser adorado aquele que nela morreu. Sabemos de irmãos que acham que,
batizando-se nas águas do rio Jordão a salvação tem outro sentido. Que o óleo
feito em Israel tem mais efeito; que as águas do Jordão são ainda
purificadoras. E dão valor esotérico aos elementos da ceia, como se o pão e o
vinho adquirissem valor maior depois de consagrados.
Por que os evangélicos e
os pentecostais não queimam mais incenso em suas casas nem nos cultos a Deus?
Porque entenderam que o incenso queimado no AT era sombra da oração do povo a
Deus. Isto é explicado no texto de Apocalipse 8.1-5.
4. Jesus usou lodo e
saliva, mas o poder não estava nem no lodo nem na saliva, mas nele mesmo! Se
fosse esotérico, cuspir no chão e fazer lodo seria uma prática que os
discípulos perpetuariam em seu serviço a Deus.
5. Paulo, o apóstolo
enviava seus objetos pessoais que eram colocados sobre as pessoas enfermas e
elas eram curadas. Por que fazia isto? Por duas razões: as pessoas não
conseguiam chegar até onde ele estava e ele não conseguia ir onde elas se
encontravam. Hoje as pessoas não vão aos cultos e enviam seus objetos pessoais
para receberem oração, diferentemente de Paulo que usava lenços de uso pessoal.
“E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários, a ponto de
levarem aos enfermos lenços e aventais do seu uso pessoal, diante dos quais as
enfermidades fugiam das suas vítimas, e os espíritos malignos se retiravam” (At
19.11-12). Em momento algum Paulo fez disto uma regra para curar enfermos e
expulsar os demônios. Ao contrário, várias vezes se deparou diante da
impotência de curar a enfermidade de seus trabalhadores mais chegados, como
Timóteo e Trófimo. Quantas vezes deve ter orado por Timóteo para que este
ficasse livre de sua enfermidade e Timóteo não foi curado? Apelou, portanto,
para a medicina e o recomendou tomar vinho para as constantes enfermidades do
estômago. “Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa
do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades” (1 Tm 5.23). E por que não
curou a Trófimo se em Éfeso bastava enviar seus lenços pessoais e as pessoas
eram curadas? Porque Paulo não era esotérico e não atribuía poderes aos seus
objetos pessoais e sim a Deus. No entanto, viu-se impotente de curar seu
companheiro de Jornada ministerial. “Quanto a Trófimo, deixei-o doente em
Mileto” (2 Tm 4.20).
A crendice de que os
elementos têm poder parece fazer parte da vida dos pagãos, pois o comandante
Naamã logo que foi curado de sua lepra decidiu levar sacos de terra de Israel
para a Síria para com ela construir um altar de adoração ao Deus de Israel.
Não se vê, no entanto, em
qualquer outra parte da Bíblia que leprosos sejam orientados a mergulhar no
Jordão sete vezes. Se isto fosse uma prática esotérica Jesus teria orientado os
leprosos a mergulharem no Jordão. Mas não o fez. O Senhor Jesus não nos legou
quaisquer ensinamentos neste sentido.
- Não se vê no Novo Testamento os apóstolos incentivando os irmãos a usarem elementos para sua cura e recebimento de poder, porque o poder não era deles, mas de Deus. O próprio Paulo vivia constantemente enfermo, a ponto de ter de parar na Galácia devido a uma enfermidade. “E vós sabeis que vos preguei o evangelho a primeira vez por causa de uma enfermidade física. E, posto que a minha enfermidade na carne vos foi uma tentação, contudo, não me revelastes desprezo nem desgosto; antes, me recebestes como anjo de Deus, como o próprio Cristo Jesus” (Gl 4.13-14). Paulo pregou o evangelho e, certamente curou os gálatas enfermos, quando ele mesmo não conseguia ser curado de sua enfermidade. Não é isto um mistério? E por que não usou de lenços, de óleo, água e de outros elementos? Porque Paulo não era esotérico; dependia unicamente do poder de Deus e não dos poderes de elementos curadores.
Se houvesse poder nos
elementos haveria cura para todos; mas o poder é de Deus e ele decide sobre
cada pessoa, se deve ou não ser curada. É da misericórdia dele que dependemos.
Alguns acreditam que a epístola aos Romanos foi ditada por Paulo a Tércio,
porque Paulo estava quase cego (Rm 16.22). “Vede com que letras grandes vos
escrevi de meu próprio punho” (Gl 6.11). Que sua enfermidade era nos olhos fica
claro no texto: “Pois vos dou testemunho de que, se possível fora, teríeis
arrancado os próprios olhos para mos dar” (Gl 4.15).
Paulo não diz como
Epafrodito foi curado de uma enfermidade mortal, mas atesta a cura de seu
discípulo: “Com efeito, adoeceu mortalmente; Deus, porém, se compadeceu dele e
não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza.
Por isso, tanto mais me apresso em mandá-lo, para que, vendo-o novamente, vos
alegreis, e eu tenha menos tristeza” (Fp 2.27-28). Epafrodito adoeceu e ficou
às portas da morte, e foi curado; diferentemente de Paulo que sofria de uma
enfermidade nos olhos e não era curado.
Recentemente houve uma
campanha de um “apóstolo” latino-americano convocando os irmãos a ungirem o
Brasil do Norte ao Sul derramando óleo nas rodovias, campos, etc. Também
incentivou a escrever promessas de fé e livramento em pedacinhos de papel
enterrando-os às margens das rodovias, como se isto resolvesse a questão no
mundo espiritual. Ora, tal prática tem de ser contestada porque o Senhor nos
enviou a pregar o evangelho, curar os enfermos e a libertar os oprimidos. Seria
mais fácil para os apóstolos derramar óleo e escrever promessas por todo o
mundo, mas isto não resolveria a principal questão espiritual: a salvação das
pessoas.
O Espírito Santo nada
deixou registrado quanto a isto no Novo Testamento para que a igreja não se
agarrasse a essas práticas. Ele mandou pregar o evangelho e a fazer discípulos
de todas as nações. Viajar de carro com garrafões de óleo pingando lentamente
pelas estradas é mais fácil do que parar na praça de uma cidade e anunciar o
evangelho de Jesus Cristo. Quando se prega o evangelho confrontam-se as trevas
e os poderes demoníacos; mas, quando apenas se unge com óleo, mostra-se apenas
a intenção de se possuir a terra. Não seria melhor andar pela terra, cumprindo
a ordem de que “onde pisar a planta de teu pé será tua?”. Mesmo assim, a missão
não estaria completa sem a pregação do evangelho. Abraão teve que percorrer a
terra toda como garantia de que Deus a daria aos seus descendentes (Gn 13.17).
A posse da terra só seria definitiva se Josué conquistasse toda a terra, por
isso Deus lhe disse: “Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho
dado, como eu prometi a Moisés” (Js 1.3).
Uma cidade só é
conquistada quando alguém se dispõe a viver e a pregar o evangelho iniciando
ali uma igreja. É a presença da igreja que muda a sociedade e não um frasco de
óleo.
O crente esotérico é
aquele que coloca um copo de água sobre o rádio ou sobre a televisão esperando
ser curado; a pessoa quando é curada, não deve pensar que foi devido a energia
da água, mas ao poder de Deus. Alguns defendem o uso destes elementos por
acharem que estes operam como estimuladores da fé das pessoas. Para que
incentivar as pessoas a crerem nos elementos, desviando a atenção delas do
poder de Deus? Agem da mesma maneira daquelas pessoas que oram a Deus,
prostradas diante de uma imagem esperando uma graça. Alcançam-na e atribuem o
feito ao poder do santo, esquecendo-se, que, muitas vezes a cura não foi
alcançada pela mediação do “santo”, mas pela misericórdia de Deus. Além de que,
esta é uma prática que pode induzir a operação do erro permitindo que espíritos
enganadores levem a pessoa a crer no milagre do “santo” ou do “elemento”,
desviando as pessoas da verdadeira adoração a Deus.
O milagre acontece e ele
leva as pessoas a crer que o milagre aconteceu por força e graça da santa ou do
santo; do óleo santo ou da água ungida, e quando anuncia um milagre em nome do
Senhor e nada acontece! Agora, quando ele anuncia o milagre, e este acontece, e
a glória é dada a Jesus Cristo, ele é verdadeiramente um profeta de Deus.
Felizmente o Espírito
Santo não deixou nenhum modelo de adoração e nenhum objeto a ser adorado, para
que a tendência humana de crer em elementos e em objetos não supere o valor da
verdadeira adoração e da vida cristã que é feita em espírito e em
verdade.
A palavra de Deus serve de
equilíbrio da fé e da verdade. Como as pessoas têm a tendência de cair para o
lado místico, Deus nos deixou a palavra para nos puxar para o centro. Ocorre o
mesmo com as pessoas que desprezam o místico e se apegam à rigidez da letra; o
Espírito Santo precisa puxá-los para a mística para que depois encontrem o
equilíbrio certo, no centro.
Até que ponto pode-se
utilizar elementos e objetos sem que se caia no esoterismo? Os discípulos
parecem haver perpetuado a unção com óleo – sem especificar o tipo de óleo –
orientando os presbíteros a ungir os enfermos com óleo em Nome do Senhor. “Está
alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração
sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor” (Tg 5.14). Em nenhum momento
Tiago atribui poder ao óleo, mas ao poder do Senhor, quando afirmou: “E a
oração da fé salvará o enfermo e o Senhor o levantará; e, se houver cometido
pecados, ser-lhe-ão perdoados” (v 15). Ainda que a questão da unção com óleo no
NT seja um ensinamento obscuro, pois somente Tiago fala do tema, sabe-se que
ele ungia os enfermos com óleo, do contrário não recomendaria tal prática aos
presbíteros de Jerusalém.
Assim, é possível ungir
enfermos ou fazer uso do óleo para consagrar uma casa ou objetos sem incorrer
no esoterismo, usando-o como figura profética da ação do Espírito Santo. Fazer
disto uma regra é errado. Se houver uma palavra ou orientação do Senhor que se
unja com óleo uma casa deve-se fazê-lo, sem fazer da prática um método
infalível, pois é possível usar o óleo em outras ocasiões sem que nada se
realize. Pode não haver cura nem consagração.
O esoterismo é quando o
uso dos elementos torna-se uma prática dando-se a eles poderes que não possuem.
O poder sempre é de Deus.
Fique na Graça e na Paz
Marcus Vinícius
Nenhum comentário:
Postar um comentário