sábado, 30 de outubro de 2010

Liberdade de consciência

Por Marcus Vinícius

O tema acima é extremamente complexo porque exigiria, de inicio, uma definição adequada dos termos liberdade e consciência. É evidente que este não é o lugar apropriado para se tratar do assunto em profundidade. Usaremos o termo, basicamente, no sentido de liberdade de pensamento.
Ninguém deve acreditar em qualquer coisa que seja contraria a sua consciência pessoal. E muito menos ser obrigado a fazer qualquer coisa que contrarie sua convicção ou sua crença. Johannes Hischberger, em sua História da Filosofia na Idade Media, cita Inocêncio III quando responde a pergunta de um fiel que desejava saber até que ponto se pode desobedecer a ordem do superior. Diz o Papa: “Tudo o que não se ajusta à convicção pessoal é pecado; e o que se faz contra a consciência é edificação para o inferno. Não se pode obedecer a um juiz contrariamente à lei de Deus; é antes preferível deixar-se excomungar”.
A liberdade de expressão de pensamento é um direito fundamental do ser humano. Todo homem deve ser livre para dizer o que pensa e assumir a responsabilidade por aquilo que diz e faz. Ora, para que a pessoa seja capaz de expressar responsavelmente seu pensamento, é necessário que ela tenha a liberdade de examinar, de investigar os fatos.
Historicamente essa liberdade está ligada no princípio do livre exame, um dos conceitos fundamentais da Reforma Protestante. Ao tempo a autoridade eclesiástica se havia tornado tão arbitrária que não se permitia que qualquer pessoa ligada á fé cristã examinasse livremente a Escritura Sagrada ou que discordasse, ainda que de leve, da interpretação tradicional da Igreja. Era, como se vê, uma terrível forma de escravização do pensamento que impedia a liberdade fundamental do ser humano.
Com a Reforma veio o princípio do livre exame, que expresso de modo simples, quer dizer que cada crente é livre para examinar a Escritura Sagrada e pela iluminação do Espírito Santo formular sua crença de acordo os ditames de sua própria consciência.
Este princípio tão caro ao pensamente protestante nem sempre é respeitado no contexto da religião institucionalizada. É que as instituições, todas sem exceção, criam mecanismo de defesa contra tudo aquilo que considera uma ameaça à sua integridade. Quando levada aos extremos essa defesa pode torna-se intolerância e fanatismo.
É fundamental, portanto, que as instituições religiosas propiciem ao individuo um clima de liberdade de expressão de pensamento. Caso contrário, elas se tornarão camisas de força às quais somente os ineptos serão capazes de se submeter. Isso significa que tais organizações religiosas correm o risco de perder seus elementos mais criativos e isso pode significar o risco de se tornarem irrelevantes para realidade social.
Por outro lado à liberdade de expressão de pensamento não deve basear-se num individualismo extremo que ignore o valor e a significação das instituições. Em outras palavras, minha liberdade de consciência não me autoriza a ser iconoclasta. Como filho de Deus, sou livre, mas existo num contexto de relações significativas em que devo respeitar a liberdade do outro. Não se trata aqui de mera coexistência pacifica, mas de verdadeiro respeito à dignidade fundamental do outro que, como eu, foi criado à imagem e semelhança de Deus.
 Tenha um bom dia e fique com Deus. Eu estou com Ele.

A vida




VIVA A VIDA.
A VIDA É UMA OPORTUNIDADE, APROVEITE-A.
A VIDA É BELEZA, ADMIRE-A.
A VIDA É FELICIDADE, DEGUSTE-A.
A VIDA É UM SONHO, TORNE-O REALIDADE.
A VIDA É UM DESAFIO, ENFRENTE-O.
A VIDA É UM DEVER, CUMPRA-O.
A VIDA É UM JOGO, JOGUE-O.
A VIDA É PRECIOSA, CUIDE DELA.
A VIDA É UMA RIQUEZA, CONSERVE-A.
A VIDA É AMOR, GOZE-O.
A VIDA É UM MISTÉRIO, DESCUBRA-O.
A VIDA É PROMESSA, CUMPRA-A.
A VIDA É TRISTEZA, SUPERE-A.
A VIDA É UM HINO, CANTE-O.
A VIDA É UMA LUTA, ACEITE-A.
A VIDA É UMA AVENTURA, ARRISQUE-A.
A VIDA É A VIDA, DEFENDA-A.

# Texto de Madre Teresa de Calcutá. Só fiz digitar.

O Salmo que o bispo Macedo não leu

Fonte: www.gospelmais.com.br

Numa entrevista publicada pela folha de São Paulo, em 13 de outubro de 2007, o bispo Edir Macedo, líder maior da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e proprietário da Rede Record, respondeu sobre o aborto e a campanha que a Record tem feito a favor da legalização. Lamentavelmente, além de ser favorável a essa prática criminosa a antibíblica, o bispo reflete sua falta de conteúdo e compromisso com ensino das Escrituras Sagradas, demonstrando uma cosmovisão muito mais comprometida com conceitos sociológicos – políticos pós-modernistas, do que com a visão bíblica cristã.

Dentre as perguntas relativas ao tema, cito apenas a que está diretamente relacionada o texto bíblico:

Folha: “Deus deu a vida e só Ele pode tirá-la”, segundo a Bíblia (sic). Não é contraditório um líder cristão defender o aborto?

Macedo: A criança não vem pela vontade de Deus. A criança gerada de um estupro seria de Deus? Não do meu Deus! Ela simplesmente é gerada pela relação sexual e nada mais, além disso. Deus deu a vida ao primeiro homem e a primeira mulher. Os demais foram gerados por estes. O que a bíblia ensina é que se alguém gerar cem filhos e viver muitos anos, até avançada idade, e se sua alma não se fartar do bem , e além disso, não tiver sepultura, digo que um aborto é mais feliz (Ec. 6:3). Não acredito que algo informe seja uma vida.

As afirmações feitas pelo bispo contrariam o que ensina a Bíblia sobre a soberania de Deus e o seu governo sobre todas as coisas. Sua opinião contradiz inclusive a própria prática da sua igreja, pois, segundo sua compreensão, Deus está distante, afastou-se deixando as coisas correrem segundo processos e leis que criou, não acompanhando os acontecimentos diários e o processo contínuo da vida. Mas, sua igreja convenientemente, convida e estimula as pessoas a irem a ela buscar solução para questões pessoais e especificas, como: doenças, desemprego, desilusão, falência, fracasso financeiro, e outros.

O bispo cita um texto de Eclesiastes completamente fora de seu contexto, refletindo a irresponsabilidade quanto ao uso e interpretação da Bíblia, prática essa, muito comum nas pregações de sua igreja. O texto poético de sabedoria, escrito por Salomão, ensina o quanto é inútil uma vida vivida sem Deus, mesmo com muitos filhos e com muita longevidade, se a alma não se fartar do bem, ou seja, daquilo que é proveniente da graça, da presença abençoadora de Deus, a vida não tem valor. E assim, essa vida se trona pior do que um aborto. Pois é uma vida inútil. Chega-se ao final dela sem o verdadeiro sentido. O texto citado não trata de forma alguma sobre a questão ética do aborto.

Não temos a pretensão de apresentar aqui os diversos textos e posicionamentos claros das Escrituras sobre esse tema. Há muitos textos já divulgados com essa finalidade. Gostaria apenas de sugerir ao leitor e ao bispo Edir Macedo a leitura e reflexão do salmo 139 escrito por Davi. Esse é também um texto poético, ele também não trata diretamente sobre o aborto, mas ensina que Deus é totalmente soberano, governa sobre todas as coisas e tem cada dia de nossa vida em sua conta, ensina também esse salmo, que a vida humana, cada uma dela é criação direta de Deus, Davi assim descreve o ato da gestação: “... de modo assombrosamente, me formaste” e ainda descreve a gestação uterina como sendo algo artesanal, feito pela mão divina: “tu me teceste no seio da minha mãe”, é claro que Davi utiliza um recurso poético para descrever  a ação divina no ato gestacional, mas o principio aqui, é que Deus é quem faz a vida no útero. Como é tremenda e linda essa descrição! E por isso, e muitos mais, estamos convencidos pelas Escrituras que o aborto é pecado! É uma agressão direta a uma obra construída pelas mãos do Criador.

Davi claramente discorda do bispo Edir Macedo (sendo aqui anacrônico a propósito). Sobre a firmação absurda do bispo: “não acredito que algo informe seja uma vida”. Digo apenas que quem está no útero não é “algo informe”, sem vida, mas alguém com vida em formação, afirmo isso a luz da Bíblia e a da ciência, pois ambas não se contradizem. Talvez possa faltar a ciência a clareza que as Escrituras tem sobre a assunto. Mas, as pesquisas científicas sérias, caminham nessa direção.

Concluo ressaltando que o bispo em sua entrevista diz algo esclarecedor quando afirma: “Não do meu Deus!” Isso revela que o Deus do bispo é exclusivo, é outro, e certamente não é o da Escritura Sagrada.

“Nele”, que é o autor e Senhor de cada vida, em todas as etapas em que ela acontece.

Particularmente acredito que o simples falar de Deus, não nos faz de Deus...
Analise e tire suas próprias conclusões

Fique com Deus. Eu estou com Ele.

O Dízimo no contexto bíblico


Malaquias 3:8-10
O Dízimo é a décima parte do que ganhamos e foi instituído por Deus para sustento da nação de Israel a qual chama de “minha casa”.  O Dízimo era uma espécie de imposto, tanto assim que diz o senhor: “Trazei todos os dízimos a casa do tesouro”. Na língua hebraica, casa do tesouro é “Iotsar”, que significa erário público, órgão de administração pública incumbido de arrecadação e fiscalização dos tributos, isto é, impostos.
Há quem diga que casa do tesouro é a igreja, mas na época que o intrépido profeta Malaquias escreveu seu livro que traz o seu nome, não existia ainda igreja, só veio a existir na nova dispensanção com Jesus Cristo. A “expressão minha casa usada pelo profeta se refere à nação de Israel, tanto assim que diz no verso 9: A mim me roubais, vós, a nação toda”.
Nos dias do profeta malaquias, a religião de Israel era o Judaísmo e esta era a religião oficial dos Judeus, instituição sustentada pelo governo de Israel de modo que os sacerdotes, os levitas e outras pessoas que serviam no templo eram sustentados pelo erário público, inclusive o próprio culto a Deus.
O Dízimo como era uma espécie de imposto, aquele que não o entregava era tido como ladrão e estava passível de punição.
O governo de Israel era teocrático, isto é, Deus era reconhecido como chefe supremo e exercido por Deus através dos profetas, daí o profeta Malaquias em nome de Deus dizer: “Trazei todo o dízimo a casa do tesouro para que aja mantimento na minha casa, a saber, a nação de Israel, e provai-me nisto, diz o Senhor dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vos benção sem medidas.”
Jesus Cristo como Judeu e educado na cultura judaica, trouxe do judaísmo a experiência do dízimo e, criando sua igreja, outorgou-lhe a missão de fazer discípulos de todas as nações e ensiná-los a guardar todas as coisas que lhes foram ordenadas e para cumpri-la precisaria, portanto, de dinheiro, daí implantar a instituição do dízimo na igreja não como um imposto, mas oferta de gratidão a Deus pelas bênçãos que nos tem outorgado, dentre estas a salvação de graça mediante a fé em Jesus Cristo como nosso único salvador.
Se o dízimo fosse uma espécie de imposto, como no velho testamento, aquele que não entregasse o dízimo era tido como ladrão, por conseguinte não faria parte do reino dos céus, pois os ladrões, segundo o apostolo Paulo em 1 Cor.6:10 não herdarão o reino de Deus e a salvação nesse caso não seria de graça, mas pelas obras e o dízimo seria uma condição para que nos tornássemos membros da igreja de Cristo.
Como a missão da igreja é fazer discípulos de todas as nações e ensiná-las a guardar todas as coisas que nos tem ordenado, precisamos de dinheiro, daí o apostolo Paulo admoestar aos cristãos da igreja de corinto: “Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade, por que Deus ama ao que dá com alegria”. (2 Cor.9:7)
Reflita e comente. Estarei voltado com este tema em outra oportunidade.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Bíblia – A escritura sagrada do Cristianismo

Texto elaborado para uso em aula pelo Profº Marcus Vinícius


A Bíblia, também chamada Sagrada Escritura é o conjunto de todos os livros inspirados do primeiro e do segundo testamento. A palavra Bíblia corresponde ao plural grego biblion e significa,livros, coleção, biblioteca.
Há mais de cinco séculos em primeiro lugar na lista dos livros mais vendidos, impressos traduzidos, lidos e comentados do mundo. Foi a Bíblia que inaugurou a invenção da tipografia por Gutenberg, em 1450, e desde então seu texto já foi impresso e traduzido em mais de 1000 línguas e suscitou milhares de outras publicações secundárias e terciárias.
Ora, um livro procurado e lido por tanta gente deve possuir um segredo muito importante para a vida. Pois em geral, nós homens e mulheres não somos tão bobos assim para continuar procurando uma coisa num lugar onde nada se encontra! Qual o segredo ? Como descobri-lo ?
Ao longo de trinta séculos e até hoje, o texto bíblico manteve uma surpreendente vitalidade e alimentou a fé de milhares de pessoas e até de nações. Essa força advém do permanente diálogo entre o livro, que interpela a consciência dos homens, e os homens que a interrogam em busca de respostas a suas indagações transcendentes.
A Bíblia é o livro que todo cristão deve conhecer, lê-la e sobretudo esforçar-se por vive-la. Sua leitura porém exige respeito, humildade e prudência. Respeito porque é santa, e as coisas santas devem ser respeitadas. Humildade para não se pensar que é um expert, mas reconhecer que a Bíblia tem pontos difíceis de entender e que, às vezes, será preciso pedir ajuda a alguém que tem mais conhecimento ou, buscar ajuda em livros e revistas especializadas. Prudência para não falar aquilo que a Bíblia não diz, nunca manipule o texto bíblico em favor das suas próprias idéias. A imprudência de muitos em lê um texto “solto”, sem contexto tem criado as mais perigosas heresias.
Adquiri-se o verdadeiro conhecimento da Bíblia pela leitura contínua, diária, meditada e refletida e nunca por decorar textos isolados. Muitos, para ficarem com um ar em “doutor em Sagradas Escrituras” vivem por “macaquiar” o que ouvem de outros ou a repetir versículos fora de seu contexto.
A Bíblia tem haver com Deus, cremos ser a palavra de Deus por três razões: Primeiro porque nela se acha o que Deus revelou (nesse sentido ela contém a palavra de deus), segundo porque foi Deus quem a fez escrever (nesse sentido, toda a Bíblia é palavra de Deus) e terceiro porque Deus nos fala por ela e adequadamente as nossas necessidades (nesse sentido, só a Bíblia é a palavra de Deus).
Uma palavra tem a força e o valor de quem a pronuncia. A palavra nossa, palavra humana, pode errar e enganar, pois o homem é fraco e não oferece uma segurança total. Mas a palavra de Deus não erra e nem engana. Ela é prego seguro e firme para sustentar a vida de quem nela se agarra e por ela se orienta.

Basta um só momento para mudar uma vida inteira.

sábado, 23 de outubro de 2010

Fé na Biblia

Prof. Marcus Vinícius

 A Idéia de Fé na Bíblia.
 
1. NO VELHO TESTAMENTO. É evidente que os escritores do Novo Testamento, ao salientarem a fé como o princípio fundamental da vida religiosa, não estavam querendo substituir as bases e abandonar o ensino do Velho Testamento. Eles consideravam Abraão como tipo de todos os crentes (Rm 4; Gl 3; Hb 11; Tg 2), e os da fé como verdadeiros filhos de Abraão (Rm 2.28, 29; 4.12, 16; Gl 3.9). A fé nunca é tratada como novidade da nova aliança, nem tampouco se traça alguma linha de distinção ente a fé das duas dispensações, Jo 5.46; 12.38, 39; Hc 2.4; Rm 1.17; 10.16; Gl 3.11; Hb 10.38. Em ambos os Testamentos a fé é a mesma entrega pessoal a Deus, sendo Este visto não meramente como o supremo bem da alma, mas como o gracioso Salvador do pecador. A única diferença notória deve-se ao caráter progressivo da obra de redenção, e isto já é mais ou menos evidente mesmo dentro dos limites do próprio Velho Testamento.
a. No período patriarcal. Nas primeiras partes do Velho Testamento há escassas declarações abstratas a respeito do método de salvação. A essência da religião dos patriarcas é-nos demonstrada pela ação. A promessa de Deus ocupa o primeiro plano e, no caso de Abraão, se destina a expor a idéia de que a resposta adequada a ela é a da fé. Toda a vida de Noé foi determinada pela confiança em Deus e em Suas promessas, mas é especialmente Abraão que é colocado diante de nós como o crente típico, que se entrega a Deus com inabalável confiança em Suas promessas e é justificado pela fé.
b. No período da Lei. A dádiva da Lei não efetuou uma mudança fundamental na religião de Israel, mas apenas introduziu uma alteração em sua forma externa. A Lei não substituiu a Promessa; tampouco foi a fé suplantada pelas obras. Na verdade, muitos israelitas viam a Lei com espírito puramente legalista e procuravam basear o seu direito à salvação num escrupuloso cumprimento da lei vista como um corpo de preceitos externos. Mas, no caso dos que compreenderam a sua natureza real, que perceberam a interioridade e a espiritualidade da Lei, esta serviu para aprofundar o sentimento de pecado e para aguçar a convicção de que só da graça de Deus se podia esperar salvação. Vê-se que a essência da vida piedosa real consistia crescentemente na confiança sem reserva no Deus da salvação. Embora o Velho Testamento acentue claramente o temor do Senhor, numerosas expressões, como, esperar, confiar, buscar refúgio em Deus, olhar para Ele, por nele a confiança, por nele o coração, e unir-se a Ele, patenteiam que esse temor não é o medo covarde, mas, sim, o temor reverente e singelo, como de criança, e salientam a necessidade da amorosa entrega pessoal a Deus, que constitui a essência da fé salvadora. Mesmo no período da Lei, a fé é distintamente soteriológica, olhando para a salvação messiânica. É uma confiança no Deus da salvação, uma firme segurança em Suas promessas quanto ao futuro.
2. NO NOVO TESTAMENTO. Quando o Messias veio, cumprindo as profecias, trazendo a esperada salvação, tornou-se necessário que os veículos da revelação de Deus guiassem o povo de Deus para a pessoa do Redentor. Isto era absolutamente necessário, em vista do fato de que o cumprimento deu-se de uma forma que muitos não esperavam, e que aparentemente não correspondia à Promessa.
a. Nos Evangelhos. A exigência de fé em Jesus como o Redentor prometido e esperado, apareceu como algo característico da nova era. “Crer” significava tornar-se cristão. Esta exigência parecia criar um abismo entre a velha dispensação e a nova. O princípio desta é até descrito como a vinda da fé, Gl 3.23, 25. O que caracterizava os evangelhos é que neles Jesus está constantemente se oferecendo como objeto de fé, e isto em conexão com os mais altos interesses da alma. Mais do que os sinóticos, João dá ênfase aos aspectos mais elevados desta fé.
b. Em Atos. Em Atos dos Apóstolos requer-se fé no mesmo sentido geral. Pela pregação dos apóstolos, os homens são levados à obediência da fé em Cristo; e esta fé vem a ser o princípio normativo da nova comunidade. Diferentes tendências se desenvolveram na igreja e deram surgimento às diferentes maneiras de tratar a fé que se tornaram manifestas nos escritos neotestamentários.
c. Na Epístola de Tiago. Tiago teve que censurar a tendência judaica de conceber a fé agradável a Deus como um simples assentimento intelectual à verdade, fé que não dava o fruto apropriado. Sua idéia da fé que justifica não difere da de Paulo, mas ele ressalta o fato de que esta fé tem que se manifestar em boas obras. Se não, é fé morta e, de fato, é inexistente.
d. Nas Epístolas de Paulo. Paulo teve que contender particularmente com o legalismo inveterado do pensamento judaico. Os judeus jactavam-se da justiça da Lei. Conseqüentemente, o apóstolo teve que reivindicar o lugar da fé com o único instrumento da salvação. Ao faze-lo, naturalmente se demorava longamente em Cristo como o objeto da fé, desde que é unicamente deste objeto que fé deriva a sua eficácia. A fé justifica e salva somente porque ela se agarra a Jesus Cristo.
e. Na Epístola aos Hebreus. O escritor de Hebreus também considera Cristo como o objeto próprio da fé salvadora, e ensina que não há justiça senão pela fé, 10.38; 11.7. Mas o perigo do qual o escritor desta carta precisava proteger-se não era o de escorregar da fé para as obras, mas, antes, o de cair da fé, indo parar no desespero. Ele fala da fé como a “certeza de cousas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem”, 11.1. Ele exorta os leitores a uma atitude de fé, que os capacitará a elevar-se do visível para o invisível, do presente para o futuro, do temporal para o eterno, e que os capacitará a serem pacientes em meio às tribulações.
f. Nas Epístolas de Pedro. Pedro também escreve a destinatários que corriam o perigo de cair no desânimo, embora não de cai de novo no judaísmo. As circunstâncias em que eles se achavam moveram-no a dar ênfase especial à relação da fé com a salvação consumada, a fim de avivar dentro dos seus corações a esperança que os sustentaria em suas presentes provações, a esperança de um glória invisível e eterna. A Segunda Epístola acentua a importância do conhecimento da fé como uma salvaguarda contra os erros dominantes.
g. Nos Escritos de João. João teve que contender com um gnosticismo incipiente, que falsamente salientava o conhecimento (gnosis) e desprezava a fé simples. Supunha-se que aquele levava consigo bem-aventurança muito maior que a propiciada por esta. Daí João estabelece como um dos seus objetivos engrandecer as bênçãos da fé. Ele insiste, não tanto na certeza e na glória da herança vindoura que a fé garante, como na plenitude do presente gozo da salvação que ela traz, a fé envolve conhecimento como uma firme convicção e torna os crentes imediatamente possuidores da nova vida e da salvação eterna. Nesse ínterim, João não negligencia ao fato de que a fé também tem alcance futuro.’
TEOLOGIA SISTEMATICA, LOUIS BERKHOF ,( Pag..497 a 499)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Amarrando o Diabo

Por Marcus Vinícius


Perguntaram –me  se é correto “amarrar” o diabo  para que nenhuma coisa ruim aconteça durante o culto? Se  a“Teologia do medo” Tem base bíblica e se realmente nós somos mais que vencedores?
A pergunta é longa, e mereceria análise ampla, porém me limito a dizer o seguinte. O que se requer é equilíbrio, à luz da Escritura Sagrada. Nas igrejas há pessoas que não crêem que Satanás e os demônios atuam hoje, ou que, pelo menos,  tocam nos crentes. Outros vêem a mão do diabo em todos os males da presente vida. Ambos os grupos erram. Não é possível atribuir somente à maldade humana todos os atos de vandalismo, corrupção moral e conflitos entre pessoas, famílias, grupos sociais e nações. Por outros lado, atribuir todos esses males e maldades a Satanás é atribuir-lhe poder maior do que ele tem . Outra coisa: É certo que  “aquele que nasceu de Deus” (regeneração) é guardado por Ele, “ e o maligno não lhe toca”. Mas esse filho de Deus “ não vive em pecado” (1 João 5: 18)  e é exortado a permanecer em Cristo (santificação) “Filhinhos”, diz o apóstolo João, “agora, pois, permanecer nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda” (1 João 2.28). Se não perseveramos no uso dos meios de graça e na vigilância espiritual, poderemos servir de  instrumentos de Satanás, como aconteceu com Pedro (cf Mateus 16:21-23).
Quanto à “Teologia do Medo”, é certo que em Mateus 10:28 Jesus recomenda que temamos aquele que pode fazer-nos perecer no inferno, mas, pelo contexto próximo e geral da Escritura, essa recomendação não é para que faças desse temor um tema de pregação constante. Muitíssimo mais vezes vemos as consoladoras palavras “Não temais” na palavra de Deus. O que está fazendo falta, e muita, estes dias, é a pregação do “temor do Senhor” que “é o princípio da sabedoria” (salmo 111.10 etc)
“Somos mais que vencedores, não é?. Sim  “somo mais que vencedores se de fato, enfretamos o mal e o malígno” por meio daquele que nos amou” (Romanos 8.37) “Somos mais que vencedores” se a “tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada” não nos separem “ do amor de Cristo” (8.35). O que a palavra de Deus nos manda fazer não é “amarrar o diabo” mas resisitr a ele (Tiago 4.7, é combatê-lo, não  com palavras arrogantes, mas com as armas do Espírito (efésio 6:10-18), é conhecer bem  a Escritura e aplicá-la com sabedoria e fidelidade, como fez Jesus na grande tentação (Está escrito…”(Mateus. 4.1-11).
Como vê, faço uso de textos bíblicos, afim de fundamentar as perguntas feitas por um Neopentecostal. Caso aja dúvida, poderemos em outra ocasião, ser mais sucinto.

O fruto da verdadeira árvore da ciência é a bondade.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A FINALIDADE DA BÍBLIA


 Texto elaborado para uso em aula pelo Profº Marcus Vinícius

A Bíblia narra descrições interessantes e variadas sobre o homem em seu comportamento no universo de Deus. Há a apresentação de exércitos em guerras, de nações que surgem e caem. Com que finalidade Tais fatos são apresentados? Que propósito teria Deus em permitir que eles ficassem na formação do povo que chama seu? Que interesse teria um homem comum em ler a respeito da Babilônia e Assíria e Edom  e Moabitas e Medianitas? O exame simples vai se desdobrar, no significado do livro como um todo para nós que o lemos. Temos clara convicção que nenhuma virgula do texto que lemos foi posta em vão.
Podemos simplificar numa só frase a finalidade suprema das escrituras: A Bíblia desvenda-nos o plano eterno de Deus no preparo de nossa salvação, por meio de Jesus Cristo.
Em Romanos 15:4 aprendemos que havia propósito didático nos relatos bíblicos em todos os tempos. Quando a Bíblia conta o erro e o pecado do rei Davi fala para nosso ensino.
Quando lemos o fracasso de Salomão, as vitórias de José e Daniel, sabemos que isso é para nosso ensino. A esperança contida no coração de Abraão por 25 anos do filho prometido, é santo exemplo para paciência.
Temos, portanto, nas experiências de todos, base para firmarmos nossas próprias experiências e lançarmos nossas firmes esperanças.
Em 1877 alguns arqueologistas fizeram escavações em Fayoum, no Egito. Descobriram ali o que teria sido a “cidade dos crocodilos”, num dos túmulos escavados, onde se procuravam muitos sinais arqueológicos valiosos, descobriram apenas crocodilos mumificados. Foi uma decepção. Mas, quando um dos trabalhadores irritado, partiu com a pá um dos “bichos”, descobriu que estava recheado de documentos. Eram papiros com recibos, cartas, contratos e até porções da Bíblia, muitas de enorme valor.
Deus tem cuidado de sua palavra. Ela nos apresenta o salvador. Cumpre-nos ler, aprender e divulgar esta maravilhosa palavra.

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Pedro Apolinário escreve: “O plano original de Deus não era dar ao homem a sua palavra de forma escrita. Os anjos eram os ensinadores dos homens. Adão e Eva eram visitados livremente por Deus e os anjos, porém com a entrada do pecado esta livre comunhão foi interrompida (pg.21)”. “Ninguém que possua  este tesouro é pobre e abandonado. Quando o vacilante peregrino avança, para o chamado “vale da sombra e da morte”, não teme penetrá-lo. Ele toma o bastão e o cajado da escritura em sua mão e diz ao amigo e companheiro: “Adeus até nos encontrarmos novamente”. E confortado por aquele apoio segue o trilho solitário como quem caminha das trevas para a luz (pg.4)”.
Ellem White também tem o seguinte pensamento: “Este livro contém a mente de Deus, ... ele é o mapa do viajante, o cajado do peregrino, a bússola do piloto, a espada do soldado, a carta magna do cristão. Nele o paraíso é restaurado, os céus abertos e as portas do inferno desmascaradas. Cristo é seu único assunto, o nosso bem é o seu desígnio e a gloria de Deus é o seu fim. Ele deve encher a memória, reinar no coração e guiar os pés...(pg.93)”.
William Carver declara: “a Bíblia é caracteristicamente a palavra de Deus aos homens e não a palavra de homens a respeito de Deus”.
John Banyan declarou: “ou este livro me afasta do pecado, ou o pecado me afasta deste livro”.
A Bíblia é como : Pão (João 6:50); fogo (Jeremias 23:29);  luz (Salmo 119:105); leite (1 Pedro 2:2); mel (Salmo 19:10); ouro (Salmo 19:10);  espelho (Tiago 1:23-25);  martelo (Jeremias 23:29); espada (Efesios 6:17 e Hebreus 4:12); semente (1 Pedro 1:23); é eterna (Isaias 40:8 e Mateus 24:35); é viva e eficaz (Habacuque 4:12); é fonte de verdadeira felicidade (Lucas 11:28 e Apocalipse 1:3); é o melhor alimento espiritual (Jó 23:12 e Jeremias 15:16); é útil para o ensino (2 Timóteo 3:16).
A Bíblia tem credibilidade. Um livro tem credibilidade se ele relata veridicamente os assuntos como aconteceram ou como eles são, e quando o seu texto atual concorda com o escrito original. Nesse caso, credibilidade relaciona-se ao conteúdo do livro (original), e a pureza do texto atual (cópia ou tradução). Por exemplo, as palavras de satanás em  Gênesis 3: 4,5 são inspiradas mas não possuem autoridade, porque não é verdade (não é revelada), porém tem credibilidade ou veracidade (quanto a sua transcrição) porque foram registradas exatamente como satanás disse. A credibilidade ou veracidade da palavra de satanás não se relaciona ao que ele pronunciou, mas sim como ele as pronunciou.
É bom que se saiba também que a Bíblia é  indestrutível. Visto que, uma porcentagem muito pequena de livros sobrevive além de um quarto de século, outra porcentagem ainda menor dura um século, e uma porção quase insignificante dura mil anos. Porém, a Bíblia tem sobrevivido em circunstâncias adversas a mais de 3500 anos. Foram 40 autores humanos (sacerdotes, poetas, profetas, guerreiros, pastores, estadistas, sábios, médicos, pescadores), que em aproximadamente 1600 anos escreveram  a Bíblia em épocas diferentes e lugares bem distantes um dos outros tais como: Centro da Ásia, as areias da Arábia, os desertos da Judéia, nos palácios da Babilônia, nas margens do rio quebar, nas escolas de profetas em Betel e Jericó, nos pórticos do templo e em meio a civilização Ocidental. Apesar de todas as dificuldades a Bíblia não contém erros e nem contradições. Há sim, dificuldades na compreensão, interpretação, tradução e aplicação. Mas tudo isso é do lado humano, devido a nossa incapacidade em todos os sentidos.
Originalmente os livros bíblicos não possuíam qualquer divisão, o que muito dificultava encontrar passagens específicas. Com o passar do tempo, houve várias tentativas de dividir o texto Sagrado. A divisão da Bíblia em capítulos  como a que temos hoje se deu em 1228 e foi feita pelo Cardeal e Arcebispo de Canterbury Stephen Langton, seu trabalho apareceu primeiro na vulgata latina e, apartir dela, para outras versões. E a divisão em versículos ocorreu em 1551 por Robert Stemphanus e em 1558 pelo Frade Santo Pagnino. Ou seja: a Bíblia católica tem 73 livros, 1.333 capítulos e 35.700 versículos. Já a Bíblia evangélica ou protestante tem 66 livros, 1.189 capítulos e 31.173 versículos.

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Saiba você que a menor Bíblia impressa é tão comprida quanto um palito de fósforo. Isto é, 4,5 cm de comprimento, 3 cm de largura e 2 cm de espessura. Este livro miniatura foi impresso na Inglaterra e contém 878 páginas. Além de uma série de figuras representando cenas da Bíblia e pesa somente 20 gramas.

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Para tirar bom proveito da Bíblia Sagrada, devemos manuseá-la não sem propósito, casualmente, mas sim, com um plano definido de estudo. Algumas sugestões de métodos de estudo seriam : Leitura diária e contínua de toda a Bíblia, análise da mensagem de um livro bíblico, estudo que busque a solução bíblica para um problema específico, estudo por palavra, estudo por tópico e estudo biográfico.


Viver não tem escolha, mas pode-se escolher o modo de viver.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Livros Apócrifos

Texto para uso em aula pelo Profº Marcus Vinicius.



Muitos escritos contemporâneos aos escritos bíblicos não entraram na Bíblia e são considerados apócrifos. Talvez você nunca tenha ouvido a palavra “apócrifo”. Ela soa estranha e difícil, mas não é. A palavra vem do grego(apókriphos) e significa “escondido, secreto”. Ela aparece por exemplo, em Cl.2:2-3 e em Mc.4:22. Ao se contrapor aos livros canônicos, a palavra tomou outro sentido, passando a indicar livro de origem incerta, não inspirado, não canônico, espúrios.

Existem livros apócrifos do primeiro e do segundo testamento. Os do primeiro testamento surgiram do século II a.C. ao século III d.C. Entre os mais importantes, encontra-se o Apocalipse de Moisés, 2 Esdras, 3 e 4 Macabeus, Henoc, Testamento dos Doze Patriarcas, Salmos de Salomão, Assunção de Moisés e muitos outros. Os apócrifos do segundo testamento que chegaram até nós vão do século I até o século V d.C. Predominam os livros sobre a infância de Jesus, sua paixão, os pais de Jesus e os apóstolos. Sobre a infância destaca-se o proto-evangelho de Tiago e o livro da Natividade de Maria. Sobre a paixão, o evangelho de Nicodemos e o evangelho de Gamaliel. Sobre os pais de Jesus, a Morte de Maria, o Trânsito de Maria e a História de José, o carpinteiro. Sobre os apóstolos, os Atos de Pedro, os Atos de Paulo e Tecla e os Atos de André. São conhecidas algumas cartas e apocalipses atribuídos a Pedro, Paulo, Maria, a mãe de Jesus, Tomás, João e Estevão.

Os principais evangelhos apócrifos, além do proto-evangelho de Tiago, são: de Tomé, segundo os Hebreus, de Maria Madalena, de Pedro, segundo os egípcios, de Felipe, de André e o de Bartolomeu.

Os livros apócrifos não foram considerados inspirados. Eles tinham a preocupação de dar maiores informações sobre as pessoas que apareciam na Bíblia, manter viva a esperança no Messias e dar informações sobre o ambiente religioso, cultural e social do período em que surgiram. Esses escritos refletiam às vezes até uma viva e profunda fé, misturada, porém, com uma grande dose de imaginação e fantasia. Muitos deles inspiraram a pintura e a iconografia.

Livros de grande valor surgiram e vão surgir. Eles podem ser importantes para ajudar a encontrar o sentido da vida e dar razões para aquilo que acreditamos. Podem ajudar a entender o que está escrito nos diferentes cânones da Bíblia, tornando mais clara, para nós, a vontade de Deus e o caminho da salvação, mas outros livros não podem entrar nas listas dos diversos cânones bíblicos.

A Bíblia católica apresenta os seguintes apócrifos ou deuterocanônicos no primeiro testamento: Tobias, Judite, Sabedoria de Salomão (Sabedoria), Eclesiástico (Sirá ou Sirac), Baruc, 1 e 2 Macabeus, Cântico dos três jovens (Daniel 3:24-90), Susana(Daniel 13), Bel e o dragão (Daniel 14), adição ao livro de Ester (Ester 10:4-10).





Tudo melhora por fora para quem cresce por dentro.